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              | NVIS, um velho conceito que envolve o uso de antenas para
                determinadas frequências, com um ângulo muito elevado,
                próximo ou alcançando os 90º.
 Surgiu na Alemanha durante a Segunda-Guerra Mundial, e foi
                aperfeiçoado pelos militares americanos e amplamente testado
                desde então. Entretanto, novo para nós Radioamadores que
                desconhecíamos este conceito,  embora, muitos de nós
                tenhamos utilizado casualmente, sem nemhum conhecimento, 
                em muitas oportunidades.
 A modalidade NVIS, pressupõe a liberação máxima de RF em
                linha reta, para o alto em direção ao Céu (por isso
                incidência vertical), para estabelecer uma comunicação
                confiável, num raio em torno de 300 até 400 km. Várias
                técnicas de construção de antenas podem ser empregadas
                usando-se o conceito NVIS, cuja operação suporta as bandas de
                160, 80, 60 e 40 metros.
 Para entendermos melhor o emprego do do conceito NVIS,
                precisamos relembrar a teoria da propagação das ondas de
                rádio.
 
 Para uma rápida compreensão, vamos falar das
                características da atmosfera do nosso planeta e da influência
                do Sol sobre as comunicações.
 
 1) O Sol  é responsável pela propagação das
                ondas de rádio em longa distância. A radiação Solar ao se
                chocar com átomos de oxigênio e nitrogênio presentes na nossa
                atmosfera, deslocam seus Elétrons nas camadas superiores da
                atmosfera, criando os IONS, os quais são carregados
                positivamente.
 2) A Atmosfera possui camadas altas que estão divididas
                em 4 regiões distintas de gás ionizado, compreendidas
                entre 50km até aproximadamente 500km. Estas 4 camadas formam o
                que chamamos de IONOSFERA.
 3) a IONOSFERA refrata as ondas de rádio de
                frequências específicas, primariamente a faixa de HF, tornando
                possível a comunicação ao longo do nosso planeta. O fenômeno
                "REFRAÇÃO", pode ser entendido como o
                "entortamento" de uma caneta quanto submersa em um
                recipiente de água.
 4) As quatro regiões distintas da IONOSFERA são
                denominadas de D,
        E, F1  e F2. Veja o desenho abaixo para melhor
                compreensão:
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              |  | D - é a
                região mais baixa da IONOSFERA, absorve e não refrata as
                frequências de rádioE - Similar a camada D, dissipa seus IONS rapidamente,
                porém pode refratar os sinais de rádio e causar seu batimento
                de volta para a Terra.
 F1 e F2 - são agrupadas na região conhecida como F. É
                a mais importante para as comunicações de longa distância de
                HF. Esta camada "F"  retém sua ionização 
                por mais tempo que as demais e permanece ionizada durante a
                noite.
 A noite a camada D desaparece e a camada  E se torna muito
                fraca pois não permanecem ionizadas por muito tempo.
 
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              | Visão geral da estrutura diurna e noturna da
 IONOSFERA e suas camadas
 
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              | Finalizando,
                temos a nossa propagação através de ondas terrestres ou de
                superfície(groundwave) e ondas celestes ou espaciais(skywave).
                A idéia de falarmos um pouco sobre a IONOSFERA e suas
                camadas,
                foi para recordarmos um pouco sobre a propagação e também
                para fixar bem a camada F, pois a  NVIS usa o conceito de
                incidência vertical próxima das ondas celestes ou espaciais (skywave), ou
                seja, usa a camada F. 
 Transmitir para cima, em um ângulo de incidência muito
                elevado, quase vertical, próximo de 80 até 90 graus, com um
                lóbulo de irradiação típico conforme demonstrado abaixo, faz
                com que o sinal reflita na Ionosfera ( F ) e volte a
                Terra em uma posição relativamente próxima. Teoricamente, uma
                antena que possua ângulos elevados para a transmissão
                terá também os mesmos ângulos favorecendo a recepção destes tipos de
                sinais. Isto significa que estações usando este conceito, com
                antenas adaptadas e otimizadas para esta técnica, aumentam
                muito a confiabilidade de comunicados, com outras vantagens
                adicionais, que são caracterizadas pela  excelente relação
                sinal x ruído. As bandas de 160, 80, 60 e 40 metros, são muito
                barulhentas, captam muitos ruídos atmosféricos, de tempestades
                distantes, estáticas e etc..., e como o ângulo da NVIS é
                "fechado", sua área de trabalho é limitada, haverá
                um favorecimento muito grande pois ela não irá captar estes
                ruídos distantes.
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              | Como
                fazer para  que nossas antenas produzam este resultado é
                muito simples, entretanto, temos que nos libertar de velhos
                conceitos, que não se aplicam para a NVIS, como por exemplo, o
                de que quanto mais alto estiver instalada as nossas antenas
                melhor, a antena tem que ficar pelo menos 1/4 de onda de altura,
                ou ainda, quanto mais baixo o ângulo melhor para o DX e vai por
                aí. O conceito NVIS não busca o DX e sim a confiabilidade da
                comunicação, com a abrangência de um raio que pode variar de
                300 até 400 km.  Muito bom para emergências e o bate-papo
                local, devido a esta confiabilidade. E foi exatamente por esta
                razão, que o Exército americano vem, desde a Segunda-Guerra Mundial, aperfeiçoando e aplicando este conceito, usando em
                todas as suas atividades de campo.
 As bandas que podem usar este conceito são as de 160, 80, 60 e
                40 metros, e agora sabemos que é  através da  camada ou
                capa F que tudo acontece.
 Várias técnicas de construção de antenas, de acordo com este
                conceito, podem ser utilizadas como por exemplo, as 
                Dipolos em"V" invertido ou na horizontal, Dipolos
                dobradas, Delta-Loops
                e etc..., adicionando-se um refletor.
 Veja
                abaixo um exemplo de uma DIPOLO em "V" invertido:
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              | Vamos
                construir a nossa antena usando o conceito NVIS 
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              | A antena escolhida é uma DIPOLO na HORIZONTAL
                para 40 metros 
 Exemplo:
 Para construir nossa antena, usamos o mesmo conceito e fórmula
                já conhecidos
 *** (ver
                em projetos dos Usuários - antenas Dipolo) ***
 Frequência de trabalho desejada: 7.050
 Meia onda = 150 / 7.050
 Meia onda = 21.28m (arredondando) - Então nossa Dipolo terá
                10,64m para cada lado.
 O refletor tem que ser 5% maior que a meia onda da nossa antena,
                portanto:
 Refletor = (21,28 * 0,05)  
                ..............................................calcula-se
                os 5%
 Refletor = 1,06 
                .............................................................Total
                dos 5%
 Refletor = 21,28 + 1,06
                ...................................................Soma-se
                o valor da meia onda com os 5 %
 Refletor = 22,34 
                ............................................................total
                do refletor para 1/2 onda em 7.050
 
 Cálculo para a distância do
                refletor e elemento irradiante:
 
 Para não prolongar muito esta
                matéria, vamos adotar uma constante como facilitador para o
                cálculo da distância entre o elemento Irradiante de uma Dipolo
                e seu elemento Refletor. Em uma outra oportunidade falaremos a
                respeito das equações que norteiam este processo. Esta constante, teoricamente,  poderá ser
                empregada no cálculo
                de antenas para as bandas de 160, 80 e 60 metros também.
 
 distância = 42,67 / 7.050   usa-se
                a constante 42,67 e divide-se pela freq. de corte
 distância = 6,05m   distância
                total entre o refletor e o elemento irradiante
 
 Finalmente, nossa antena está
                pronta e deve ser instalada no mínimo a 1 metro de distância
                do solo ou telhado, conforme a figura abaixo, que
                representa apenas um modêlo para qualquer antena DIPOLO:
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