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                    “COMEÇO DE CANTIGA É
                ASSOBIO” 
                 
                
                 
                                                                                                                             
                Amer J. Feres, PY2DJW 
                 
                
                 
                                 
                Começar no Radioamadorismo é uma experiência fantástica.  
                E, como em qualquer experiência, há os que desabrocham
                e continuam e há os que murcham e desistem. Afinal, o mundo está
                cheio de pessoas “com muita iniciativa e sem nenhuma
                conclusiva”. 
                                 
                Há, também, vários
                meios de se começar.   
                Há, desde o garotão cujo papai bom de bolso resolveu
                presentear com o mais sofisticado equipamento que trouxe de sua
                viajem aos Estados Unidos até o menino que teve que deixar de
                ir à escola para ajudar o pai nas colheitas e fazer um
                dinheirinho extra a fim de que a família não passe
                necessidades. Mas a diferença entre um e outro não é só o
                poder aquisitivo. Está, em proporção muito maior, na
                determinação de fazer alguma coisa para a qual se sentiu atraído.
                E aí, um ou outro, poderá deslanchar e se tornar um excelente
                radioamador ou um pertinaz desistente. O fato é que não
                existem regras fixas nem para se entrar no rádio amadorismo,
                nem para se desistir dele. 
                                   
                A nós, também, não
                cabe “franzir a testa” porque o colega entrou para o rádio
                desta ou daquela maneira. A nós, os mais antigos e
                sobreviventes de tantos “festivais de besteira” que já se
                viram neste país de meu Deus, cabe estimular os principiantes e
                esperar que  prosperem, que se interessem cada vez mais e que levem adiante
                este “hobby”, pois nós já estamos “na prorrogação de
                tempo” e gostaríamos que os mais jovens “não deixassem
                esta peteca cair”. 
                                   
                Meu nome é Amer,
                sou radioamador desde 1959 e amante de rádio desde os 12 anos
                de idade, quando me interessei e comecei a montar os primeiros
                “galenas”. Minha formação profissional não é eletrônica,
                sou da área de Humanas, mais precisamente, de Letras.  Rádio é para mim, meu “hobby”, e meus contatos com os
                colegas, minhas montagens, minha oficina desorganizada têm um
                valor terapêutico que deixa com inveja muitos psicoanalistas.
                Aqui no “shack” é onde me desligo dos 
                estresses da vida e mergulho na fantasia de construir e
                operar  as
                extraordinárias “geringonças” que nos permitem, sem sair
                de casa alcançar o amigo e colega do outro lado do horizonte. 
                                  
                Como me sinto bem
                fazendo isto, acho que devo partilhar minhas experimentações e
                as vitórias conseguidas, com todos aqueles principiantes que
                desejam desenvolver seus próprios equipamentos. Escrevo para
                revistas e outros meios de divulgação e também dou palestras
                e cursos há mais de 40anos. Não são matérias para técnicos
                experimentados ou para engenheiros. São “dicas” que deram
                certo e que tenho a maior satisfação de partilhar com meus
                colegas de montagens amadoristicas, especialmente os novos. 
                                 
                A idéia é manter
                as coisas simples, sem materiais sofisticados e ainda, sem
                intrincados cálculos  e
                arrepiantes matemáticas. 
                                  
                Quase todo começo
                em rádio se faz escutando (a maioria das vezes por acaso) e
                isso nos leva ao desejo de conseguir um RECEPTOR.    
                Uma das formas mais simples de se escutar é em Amplitude
                Modulada (AM) usando um barato receptor de carro, desses que se
                compram nos “ferro velhos” por 10 reais. Se for procurar um
                e se você não tem muitos conhecimentos, veja um que sintonize
                Ondas Curtas, preferencialmente 49 metros, pois esses são fáceis
                 de  se
                “puxar” para 40 metros, com uma simples troca dos
                capacitores que vão em paralelo com a(s) bobina(s) de 49
                metros. Abra o aparelho antes de adquiri-lo e dê preferência
                aos que tenham capacitores variáveis para fazer a sintonia. Não
                compre os que trabalham com “pistons” de sintonia, pois são
                mais difíceis de alterar. Ainda prefira aqueles que têm
                capacitor variável de 3 seções, pois isto significa que têm
                uma etapa amplificadora de rádio freqüência, o que seria um
                pré seletor e o rendimento é bem melhor. 
                                 
                Claro que depois de
                ouvir AM, você vai acabar querendo ouvir também os comunicados
                em SSB e em CW (telegrafia) e para isso você vai precisar
                construir  ( pois não
                se vendem prontos)  um
                Oscilador de Batimento, também conhecido por BFO (sigla em inglês
                de Beat Frequency Oscillator). 
                 
                
                 
                                 
                Sem teoria vamos oferecer aqui o esquema elétrico, a
                relação de materiais e o desenho da plaqueta para montagem, se
                você quiser fazer uma, pois montagens pequenas e simples como
                esta poderão ser feitas pelo sistema “ponto a ponto” de
                soldagem das peças. Rendo aqui minha homenagem ao meu amigo José
                Antônio (PT9JA), que desenha as plaquetas para mim. Ele é ótimo
                nisso e eu sou péssimo (sei reconhecer minas limitações). 
                                
                Esta é a primeira
                (1) das “dicas” sobre RECEPÇÃO que pretendemos oferecer.
                Em seguida  ofereceremos
                informações para a montagem de um “S” meter (2); um
                Conversor para 80 e 40 metros (3); um outro conversor, específico
                para 40 metros (4); como transformar um desses conversores em um
                RECEPTOR COMPLETO usando uma segunda conversão (5) e uma etapa
                de áudio (6). 
                               
                 Terminada esta
                primeira série sobre recepção podemos oferecer uma série de
                montagens de TRANSMISSORES valvulados ou transistorizados
                (alguns híbridos). 
                                 
                Mão na massa
                e...boa montagem.  
                 
                
                 
                                                                  
                                                                                      Agosto
                2007. 
                 
                
                 
                
                  
                    
                      Montagem nº1 
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